autor M.J.
- Se fosses minha namorada, não admitia que fizesses isso.
-- Mas não somos, pois não?
-Apetecia-me bater-te com todas as minhas forças, descarregar a raiva acumulada deste amor que te tenho, desta paixão que me alimenta, corpo e alma, apetecia-me ferir-te de morte, das palavras ditas para magoar, apetecia-me rasgar-te ao meio, em dois, em pedaços desalinhados, que nunca mais reconstruiria
Apetecia-me perder-te naquela escuridão e nunca mais te encontrar
- Mas se fosses
-Mas não sou. Não somos nada um ao outro.
-Amantes.
-Gostas dessa palavra, utiliza-la às vezes. Amantes parece uma palavra demasiado simplista para aquilo que somos juntos. E eu sei que sentes o mesmo.
-- Por isso, mesmo. Qual é o mal de lhe ter dado um abraço? Sou amiga dele. Não me estou a fazer a ele.
- Mas ele quer-te malhar.
-- Não quer nada.
- Não ouviste o que ele disse?
- Ouvir o quê? Estava a despedir-me dele, nada mais
-- Hás-de ser minha
-Deixei que as palavras entrassem em mim, para as absorver por completo.
- É preciso eu querer ser dele, não achas?
- E não queres?
-Apeteceu-me sair do carro e morrer ali, daquele interrogatório que me fazias, daquelas palavras com que me ferias.
- Eu sei como és. Já te vi com outras pessoas. Não te quero ver com mais ninguém.
- Porquê?
-Ficaste em silêncio. Porque é que nunca respondes às perguntas importantes, àquelas que pretendo resposta, ávida de saber, de entender, de ter certeza?
-- Estou aqui não estou?
-Não devias estar, pois não?
- Estás.
-Estás, sempre, mesmo quando não devias, mesmo que eu queira estar com mais alguém, ou esquecer-me de ti, tu estás lá, presente, presente em mim e naquilo que sou. Não me controlas, mas fazes parte daquilo que sou.
- Tu é que fizeste uma cena, porque me viste abraçá-lo. Ele é meu amigo e vai-se embora amanha. Aliás, também é teu amigo e sabe que nós temos qualquer coisa
-- Mas estavam lá todos.
-Então era isso
- Ah!, os teus amigos estavam lá e agora vão gozar-te? Ou falar de mim?
-Depois deste tempo todo, não devias conhecer-me melhor que isso?
-- Por isso mesmo. Eu sei como és
-Não, não sabes. Se soubesses
se soubesses
-Se nalguma das vezes que me olhas como se me despisses, se nalguma das vezes que me beijas como se me amasses, se nalguma das vezes que dançamos ao ritmo daquilo que sentimos, se nalguma dessas vezes me penetrasses tão fundo que lesses os meus olhos, perscrutasses a minha alma, o vazio de não estares, as lágrimas que não derramo transformadas em palavras escritas ao vento, ao sabor de sentimentos que não entendo, mas escuto, pinto-te em cores que saem de mim, canto-te naquilo que está entranhado em mim, toco-te ao longe, da união que somos, saberias como sou
e quem sou
-Sabes uma coisa?
- Muitas. Mas diz.
-Ficas linda, quando estás irritada
-Sentei-me em cima de ti e beijei-te para não mais te largar. Mentir-te-ia se dissesse que não quero mais
que não quero aproveitar cada instante que temos, saborear cada descoberta, cada sussurrar na minha pele, cada murmúrio que deixo em ti, cada novo sentido que não existia, ao sabor daquilo que construímos. Mentir-te-ia se dissesse que não te sinto mais. Que quero acabar com tudo... E tu sabes isso. Sabes aquilo que sinto. Mas sabes também que te viro costas e me entrego a uma outra história, a uma outra vida, a um outro paladar que desconheço, sem olhar para trás. E tens medo disso
-E eu tenho medo que faças o mesmo
Autor: Claudia "maluca responsável"
Amor
Quem me dera nunca sentir amor
Pois esse sentimento é devastador
Traz vida, traz calor...
Mas junto com esse, vem muita dor.
Dor de amor, cruel afeição...
Machuca meu coração.
Tira pedaços, rasga sem dó, sem piedade.
Deixa nessa ansiedade...
Um amor que tanto se procura
E quando chega se anula.
Melhor era só sonhar, em um dia se encontrar.
Melhor era não te encontrar
Uma vez que te encontrar, só me faz sonhar...
Amar é ser prisioneira de nosso coração, traz-nos essa aflição.
Tenho medo dessa tentação, que vive meu coração...
Estou presa em seu amor, que chegou com tanto furor.
Queimando-me de desejos, por esses seus beijos...
Você está longe de mim, longe demais para mim.
Não consigo te tocar, mesmo assim não deixo de te amar...
Que castigo mais cruel, pensar que sua boca é como mel.
E desse mel não posso sentir...
Há meu amor, doce amor...
Queria tanto sentir seu sabor, sentir seu amor, ser teu amor.
Não quero viver assim, sem sentir esse amor...
Mas ele é só dor, não quer me dar seu sabor.
Queria esse mel, para me adoçar...
Para me alimentar a vida, a alma.
Queria você meu amor, pois você é minha vida.
Você é o meu amor.
Autor: Faty
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