"O meu Alentejo "
Tudo é tranquilo e casto e sonhador...
Olhando esta paisagem que é uma tela...
De Deus, eu penso então: Onde há pintor...
Onde há artista de saber profundo,...
Que possa imaginar coisa mais bela,...
Mais delicada e linda neste Mundo? ...
" Florbela Espanca"
Este é o último post que deixarei aqui no meu Tejo. Não por vontade própria mas porque atingimos os 99,5%
razão pela qual teremos que ir de malas e bagagens, acentar arraial noutras paragens.
http://www.sentimentosocultos.blog.pt
"O meu Alentejo "
Tudo é tranquilo e casto e sonhador...
Olhando esta paisagem que é uma tela...
De Deus, eu penso então: Onde há pintor...
Onde há artista de saber profundo,...
Que possa imaginar coisa mais bela,...
Mais delicada e linda neste Mundo? ...
" Florbela Espanca"
Este é o último post que deixarei aqui no meu Tejo. Não por vontade própria mas porque atingimos os 99,5%
razão pela qual teremos que ir de malas e bagagens, acentar arraial noutras paragens.
http://www.sentimentosocultos.blog.pt
Há algum tempo que não posto nada sobre o meu Alentejo hoje, senti uma saudade imensa daquela terra e daquelas gentes então decidi deixar-vos aqui duas das muitas lendas que conheço desde sempre.
</font>Uma Luz Misteriosa
As histórias de lobisomens e de bruxas eram vulgares no meio rural tradicional.
Maus encontros com animais a horas tardias, doenças provocadas por mau querer (feitiçarias), filtros de amor (beberagens para atrair ou afastar paixões, visões, vozes, são elementos do vasto manancial do imaginário popular sobre forças maléficas.
Há, contudo, outro tipo de histórias que são comuns a várias aldeias e vilas do Alentejo.
É o caso da estranha luz que, de noite, acompanhava os viajantes (normalmente pastores, almocreves e, mais recentemente, tractoristas que de noite procedem às grandes charruadas).
Era uma luz que seguia o caminhante sem, contudo, o incomodar. Conheci algumas pessoas que afirmavam terem sido seguidas por essa luz. A luz acompanhava o viajante, seguindo a seu lado, parando quando este parava, e acompanhando a velocidade da deslocação.
Nenhuma das pessoas que conheci, e que afirmavam ter estado em contacto com o fenómeno, esboçou qualquer reacção. Para essa passividade contribuiu seguramente o facto de ser conhecida a reacção da luz quando atacada.
O fim da história que apresentamos é relativamente benéfico. Com efeito, noutras descrições, que a tradição popular registra, a luz, quando hostilizada, conduz à morte do atacante.
A Lenda da Costureirinha
Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas. Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha.
O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto.
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo.
Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha fora condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir.
No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.
Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.
Este post foi recolhido de um site na net, no entanto, esta e outras lendas fazem parte das minhas memórias de infância. Recordo com saudade as noites passadas à beira da lareira, onde a minha avó, a minha mãe e algumas vizinhas, falavam nestas aparições e eu ouvia com os olhos bem abertos mas no fundo, com medo.
KALDINHAS
. Água e Sabão: Contra as B...
. ...
. ...
. ...
. . . . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ....arquivos
.favorito
.subscrever feeds