Os amigos que visitam regularmente este meu cantinho sabem que costumo relatar aqui, alguns acontecimentos que considero relevantes no meu quotidiano. Como tal, e considerando importante alguns acontecimentos dos últimos dias, quero compartilhá-los convosco. Pois bem, na quinta-feira meti-me no Alfa e rumei ao Porto com uma amiga. Até aqui tudo bem não fosse o facto de não viajar de comboio há mais de 23 anos, ou seja, desde que sofri acidente viação. Nunca me atrevi a fazê-lo mas desta vez decidi e fui mesmo. Saí do comboio , apanhei o metro e ainda o autocarro até à Exponor. Pode parecer-vos fácil mas garanto que foi uma grande aventura que culminou num quase atropelamento quando atravessava uma passadeira, em Matosinhos. O automobilista ia com tanta pressa que nem me viu na passadeira. Tirando este pequeno incidente, adorei a experiência e tenciono repetir mais vezes. Sábado, reuni-me com um grupo de amigos cadeirantes e, almoçámos no Centro Comercial Olivais. Após o almoço, fomos à quinta pedagógica e depois jogar bilhar. Regressei a casa ao fim do dia, feliz por ter partilhado experiências com os meus amigos.
Hoje, domingo, fui para a Expo, assistir ao final da meia-maratona em cadeira- rodas, prova apoiada pelos CTT. Pena que a RTP1, canal público, se esquecesse do esforço de todos aqueles "cadeirantes" que lutaram para vencer os 21 km da prova e não tenha mostrado a sua valentia. Como é óbvio, não participei, nem 5 km conseguiria fazer.
Deixo aqui homenagem aos meus grandes amigos, que para mim são os maiores campeões. Adoro-os
João Correia atinge a segunda medalha de prata no Campeonato Europeu de Atletismo do IPC (Comité Paralímpico Internacional) nos 200 metros, passando a vice-campeão europeu, ficando à sua frente o suíço Beat Bösh. Quanto a marcas mundiais, uma vez que o Campeonato foi aberto a atletas de outros continentes que não o europeu, João Correia classifica-se em 4º lugar.
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Helder Mestre
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height=110 alt=mario.jpg src="http://bitu.blogs.sapo.pt/arquivo/mario.jpg" width=180 border=0> www.mariotrindade.com
( o Mário foi o 3º melhor português na prova de hoje)
Paixão e desejos..
Fecho os olhos e me imagino em teus braços.
Meu corpo junto ao teu, vibro intensamente,
ao toque subtil das tuas mãos.
Vejo a tua boca, a minha procurar
e não a deixo esperar.
Selo, com um beijo molhado,
essa busca intensa, que me faz delirar.
Quero-te junto a mim.
Sentir o teu cheiro e ver teu corpo inteiro
o meu também quer.
Meu peito colado ao teu,
sente o teu coração acelerado
que aumenta a cada carinho recebido,
pois minhas mãos, não consigo mais controlar.
Tudo é tão intenso.
Até o toque de nossas bocas
em simples beijos, me faz arrepiar,
despertando ainda mais minha louca vontade
de poder te amar.
Em teu rosto, vejo a expressão do desejo.
Sinto tuas mãos em meu corpo deslizar.
Todo o meu ser se estremece,
e deixa brotar ainda mais esta ânsia
de te pertencer.
Te desejo como nunca.
Queria teu corpo agora, para cobri-lo de beijos.
Preciso de ti, como jamais precisei de alguém.
Não sei mais viver sem o calor do teu corpo,
sem o toque das tuas mãos e da tua boca,
que me diz coisas lindas
e a cada beijo, me enlouquece.
É Amor?... É Paixão?... É Desejo?
É tudo...
Estou completamente embriagado por ti.
Quero perder a razão
e só retornar a realidade quando, juntos,
explodirmos de prazer, Eu e tu.
juntos num so ser brother
Autor: Brother- Nelo
(o Nelo foi 3º clas.)
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"Triste e desgraçada vida"
Lisboa, 13 de Maio. Acordei tarde, sem ânimo. Está calor e abafado, não corre uma brisa. Esta parte da cidade, por ser baixa, funciona como caldeirão ao lume. A janela aberta desperta-me para o bulício da cidade. Entre o ruído dos carros consigo distinguir o som das 1001 vozes de alfacinhas incógnitos que começaram o dia bem mais cedo que eu. Que vidas de formiga, de um lado para o outro, numa azáfama constante, como se fosse o último dia das suas vidas
Como eu os invejo... Sim, como invejo a sua mobilidade, o seu dinamismo, e por outro lado, o seu sedentarismo assumido de formigas auto-mobilizadas. Construíram uma cidade à sua medida, onde os outros não têm lugar. Os outros, quais outros? Nós! Eu! Nada melhor para começar o dia que este tipo de interrogações. Dia? Já será meio-dia? Ainda não! Fixe.
Uma vez que estou acordado e já despertei o melhor será levantar-me.
MARIAAAAAAAAA.
A Maria é uma negrinha de meia-idade que trata do sector dos tetras, dos aleijadinhos profundos. Veio para Portugal à 5 anos, à procura de um emprego estável, mas o melhor que conseguiu foi um lugar no sector dos residentes inválidos, os tetraplégicos.
É um sector pequeno, antigamente éramos três, antes de o Daniel morrer de uma cirrose hepática. Agora só o Lúcio me faz companhia.
O que um tinha a mais tem o outro a menos. Grandes sustos nos pregava o Daniel, com o seu cigarrinho encaixado entre os dedos indicador e médio da mão esquerda, no braço em que possuía alguma mobilidade, pelo menos para levar o cigarro à boca. O seu grande problema, para ele e para nós é que não tinha qualquer sensibilidade nos membros e por mais que uma vez ele se esqueceu do cigarro aceso na mão e a deixou queimar, só nos apercebíamos quando começava a cheirar a carne queimada. Uma noite quase que puxava fogo ao lar, ficou bastante queimado e nunca mais voltou a ser o mesmo, morreu pouco depois. Era, no entanto, um tipo alegre, levantava-se quase todos os dias, especialmente no verão, e adorava o seu grande SLB. Não perdia um jogo na televisão e nas raras saídas ao exterior o destino era sempre o estádio da Luz.
O meu actual e único colega de infortúnio, o Lúcio, é um indivíduo rude, calado, nunca aceitou o que lhe aconteceu e isso fez dele uma sombra do que foi. Diz quem o conheceu, na outra vida, que era um poço de força e de generosidade, tinha mulher e filhos. Com o acidente perdeu tudo. A cama é o seu mundo, é um ávido consumidor de lixo televisivo e trata com desdém a Maria, que muita paciência tem com ele.
A Maria chegou e, depois de dar a beber água ao Lúcio, que lho tinha ordenado assim que a viu entrar no quarto, veio tratar de mim. Também não sou um caso fácil mas, pelo menos, nas relações humanas, considero-me menos misantropo que o meu colega de quarto.
Hoje é um dia especial, vou ao médico.
Esta simples alteração na rotina diária, que para o comum dos mortais até poderá provocar algum transtorno, só é comparável às saídas em passeio que o lar organiza de quando em quando. Graças a elas já visitei o Oceanário, o Centro Colombo e parte do Jardim Zoológico. Apenas parte porque nesse dia, a bateria da cadeira resolveu entregar a alma ao criador, mesmo em frente à jaula dos macacos. Pareceu-me até que os sacaninhas se ficaram a rir de mim. Nas outras duas saídas fui diplomaticamente convidado a não ir porque havia barreiras arquitectónicas.
É no refeitório que se ganha consciência da dimensão desta enorme casa. São três grandes filas de mesas, ladeadas de cadeiras por ambos os lados e que, muito antes das refeições começarem a ser servidas, já estão quase completamente ocupadas. A média etária destes meus colegas na grande casa deve ser, com garantia, superior aos 75 anos. Sim é um lar de idosos.
Após me dar a refeição, a Maria coloca-me em frente ao televisor para ir ela própria almoçar.
As idas ao médico têm este pequeno problema, não posso ir na cadeira eléctrica. O elevador do edifício onde se situa a clínica é muito pequeno para uma cadeira de rodas eléctrica, consequência, dia de médico é dia de saída mas é também dia de dependência total. Sim, porque se me atrevesse a pedir para passar para a minha querida cadeira eléctrica, depois de vir do médico, teria que passar pela cama e o mais certo era não voltar a colocar o rabinho na cadeira. Prefiro manter-me o resto do dia na estúpida cadeira manual, e pedir a um funcionário que a empurre sempre que precise de me deslocar, ou à Maria, se estiver por perto. Não, aos velhos não peço nada.
A viagem para a clínica é feita na velha carripana do lar, um furgão Citroen de chapa ondulada, da 2ª Guerra Mundial! Como não dá para ir na cadeira, tenho que passar para um dos estofos, o da frente que tem mais espaço. É uma aventura digna do Houdini, tentar enfiar um tipo com quase dois metros de altura, sim porque ainda cresci mais depois de ficar neste triste estado, e uns 90 Kg de peso, naquele espaço exíguo. Na tarefa participam dois funcionários, que depois receberam instruções para nos acompanhar à clínica, mais o motorista, tudo sob os comandos da Maria. Incrível, entrei.
Connosco vão também dois velhos que vão ficar no Hospital de S. José. A viagem será um pouco maior que o inicialmente previsto. Devido a esta alteração teremos que atravessar a cidade de uma ponta à outra. Aproveito então para, ávidamente, gravar mentalmente os sítios por onde passamos. Desde a última saída, a tal em que a bateria deu o berro, já se passaram quatro meses. Este período de tempo, embora não seja muito longo, é já suficiente para provocar uma estranha sensação de ausência. Os sítios, as casas e mesmo as pessoas, são uma novidade para mim, estas últimas parecem-me todas muito novas.
Chegados à clínica, repete-se o espectáculo, agora um pouco mais fácil porque como é para sair é só puxar. Temos, no entanto, uma audiência bastante interessada, que se vai aglomerando enquanto a operação decorre, trocando até comentários entre si, mas sem que alguém se ofereça para ajudar. Este povo português! Fizeram-me recordar uns certos macacos, mas sou eu que estou fechado à muito tempo!
A consulta médica decorre com a normalidade possível. A zona de pressão nas isquiáticas está feia e pode abrir, deve-se, pois claro, a passar muitas horas na cadeira.
Terei obrigatoriamente que reduzir esse período e fazer mesmo alguns dias só de cama até que sare completamente - merda - vou fazer companhia ao Lúcio. A infecção urinária é crónica, pouco há a fazer, - Olhe, beba muita água, bebe-a tu, pensei eu. Voltei com meia-dúzia de receitas debaixo do braço. O diagnóstico era já conhecido à partida, não me posso queixar de surpresas.
A viagem de regresso ao buraco é feita sem qualquer encanto, apanhamos hora de ponta e apanho também um dos funcionários a fazer olhinhos à Maria, e o pior
, o pior é que esta parece corresponder.
A MINHA Maria.
Não pode ser.
Nunca mais volto a sair.
O Lúcio é que tem razão.
color=#3300ff>Autor: Hélder Mestre
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Outro dia, absorta nos meus afazeres, eu pensava
Quem são meus amores do computador ?
Quem são eles
que fazem
o meu riso fluir naturalmente
quando me mandam uma mensagem?
Quem são eles,
que me fazem não me sentir só ?
Quem são?
Onde moram?
Do que gostam?
Que brilho tem seus olhares?
Como amam?
Como
e o que os emociona?
Como brigam pela vida?
Saúde?
Quem são
meus amores do computador?
Meus amores do computador
são os amigos,
que dentre muitos,
a seleção foi muito natural
Os parentes não podemos escolher
mas os amigos sim!!
Meus amores do computador,
são todos meus amigos
que de alguma forma me dizem diariamente
algo de bom,
seja
numa mensagem,
num desabafo,
numa música
Este convívio parece estranho
para quem não vive neste universo
Já me disseram
que é coisa de maluco
Coisa de maluco
eu não sei.
Mas gosto deste Convívio!
Meus amores do computador são todos vocês
que de alguma forma chegaram até aqui,
Brilham em minha vida
fazem-me sorrir,
dar gargalhadas,
Meditar
Chorar emocionada
fazer oração quando doentes
Enfim,
meus amores do computador
são todos vocês
que tenho o maior prazer e carinho
de poder chamar
DE AMIGOS
Um beijo PARA TI MEU AMIGO (A)
(recebi mail)
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
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